SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE MINÉRIOS E DERIVADOS DE PETRÓLEO NO ESTADO DE SÃO PAULO

Editorial: Contra a crise, medidas amargas

Companheiros e companheiras, na última edição do Petroluta usei este espaço para fazer um balanço da crise política e econômica que ocorre no país e dos perigos que rondam a nossa democracia. Infelizmente, quase dois meses depois, a situação só se agravou.

Como eu e outros líderes da classe trabalhadora alertávamos, o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica do governo iria aprofundar a recessão. Com a queda da arrecadação, o governo foi obrigado a anunciar novas medidas de austeridade para fechar as contas do orçamento de 2016. No entanto, nos preocupa que o governo considere apenas medidas que prejudicam a classe trabalhadora, tal como cortes em programas sociais e aumento de juros.

Na política continua o golpismo da oposição, que, ainda não conformada com a derrota nas urnas, usa a crise para tentar abalar as instituições. Por isso fomos às ruas em agosto e agora em setembro com essas pautas críticas à política econômica do governo, mas deixando claro que não aceitamos o golpe tramado pela elite deste país.

O momento é de mobilização, sobretudo nas negociações salariais, onde a crise vai ser usada como válvula de escape pelo setor patronal para não conceder os reajustes e benefícios aos quais nossa categoria faz jus.
Deixo abaixo texto assinado pelo presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) sobre a crise econômica e as medidas anunciadas nesta semana pelo governo.

Vagner Freitas
“O pacote de medidas fiscais divulgado ontem (segunda-feira, 14) pelo governo federal, com o objetivo de supostamente reequilibrar as contas públicas, vai na contramão das necessidades do país e dos trabalhadores, pois onera a atividade econômica e reduz gastos sociais em um momento em que a recessão já atinge a todos. Nenhuma das medidas aponta para a retomada do crescimento e geração de empregos, que são os problemas mais urgentes e graves que enfrentamos atualmente.

Além disso, o governo não discutiu essas medidas com os setores representativos da sociedade, que foram chamados a participar do “Fórum de Debates” sobre emprego, trabalho, renda e previdência social, instalado na semana passada. Dessa forma, o governo perdeu mais uma oportunidade de dar espaço à participação da sociedade nas decisões. Assim, o pouco diálogo nesses momentos importantes de medidas que afetam a vida de todo povo brasileiro é motivo de preocupação para nós da CUT.

Recentemente elaboramos um programa econômico alternativo ao atual, que ao invés de privilegiar o ajuste fiscal recessivo, que não deu certo em lugar nenhum do mundo, aponta saídas para crise via retomada do crescimento, geração de empregos e distribuição de renda. Assim, pediremos uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff para apresentar nossas propostas, e temos a certeza de que com elas o país retomará o rumo de crescimento e, principalmente, de redução da pobreza e da desigualdade social que vivemos nos últimos 12 anos.”
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