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Frio aumenta a chance de gripe? Quando preciso ir ao médico?

O Ministério da Saúde começou a nova campanha de vacinação contra a gripe – mais de 50 milhões de brasileiros deverão receber uma dose. Além disso, no frio, outras doenças podem atingir o aparelho respiratório. Isso tem a ver com a temperatura ou com a imunidade?

O G1 responde outras perguntas sobre gripe, resfriado, prevenção e tratamentos.

O frio aumenta a chance de doenças no aparelho respiratório?
Não tem a ver, necessariamente, com a temperatura. A verdade é que, no frio, nós nos concentramos em lugares com portas e janelas fechadas, onde as pessoas tossem, espirram ou falam muito perto umas das outras. A proximidade facilita a transmissão de vírus e bactérias – sem esses micro-organismos, ninguém pega a gripe ou o resfriado. E o ar seco do inverno, mais poluído, contribui para irritar as vias respiratórias.

“Gripe, resfriado, e outras doenças que são ditas como do ‘outono/inverno’ podem acontecer o ano inteiro”, disse Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

“Quando você tem a diminuição da temperatura, as pessoas ficam em lugares mais fechados. Isso acaba favorecendo a ação do vírus. Por isso, é importante manter os ambientes ventilados”, completou.

Qual a diferença entre gripe e resfriado?

Gripe e resfriado são doenças distintas, causadas por vírus diferentes, mas que partilham vários sintomas em comum.

A gripe é uma infecção mais forte que o resfriado, costuma durar menos tempo e apresenta maior taxa de complicações, como problemas pulmonares e cardíacos. A gripe pode ser perigosa em idosos, bebês e pessoas com imunidade baixa. O resfriado, por sua vez, raramente causa complicações.

Quando preciso ir ao médico?
De acordo com pediatra Ana Escobar, há grupos em que a gripe pode incidir com mais intensidade e risco: crianças com menos de 5 anos de idade, gestantes, idosos e portadores de doenças crônicas.

Essas pessoas, quando acometidas por quaisquer sinais, como febre, mal-estar, congestão, tosse, dor no corpo, dor de cabeça ou de garganta devem procurar atendimento médico rapidamente.

Quanto mais cedo melhor, uma vez que se houver indicação de tratamento, é importante que o medicamento seja administrado logo no começo dos sintomas para atenuar o quadro e minimizar o risco.

Quem está fora do grupo de risco deve também procurar atendimento médico, especialmente se souber que teve contato com alguém com gripe pelo Influenza A ou B e/ou se os sintomas forem de moderados ou intensos.

“Nem sempre você vai encontrar um médico especialista rápido. Por isso, no caso de uma emergência, você deve levar no médico generalista. Mas vale lembrar que é importante ir só quando a pessoa estiver com os sintomas, porque no próprio pronto-socorro há a circulação do vírus e você pode colocar a criança em risco”, disse Weissmann.

Como prevenir?

De acordo com o ministério da saúde, algumas das medidas são:

Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel, principalmente depois de tossir ou espirrar, usar o banheiro, antes de comer, antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz.

Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas (corrimãos, bancos, maçanetas etc.).

Manter hábitos saudáveis: alimentação balanceada, ingestão de água e atividade física.

Pessoas com síndrome gripal devem evitar contato direto com outras pessoas, abstendo-se de suas atividades de trabalho, estudo, sociais ou aglomerações e ambientes coletivos.

O SUS tem disponível a vacina contra a gripe para os grupos de risco; pessoas que não estão incluídas podem procurar a rede privada.

Como tratar?

Para dor de ouvido: nada deve ser colocado no ouvido – algumas pessoas acreditam que colocar azeite funciona.

De acordo com a pediatra Ana Escobar, o melhor é usar uma bolsa de água quente ou um pano quente, porque o calor provoca uma vasodilatação da região e melhora a inflamação.

Para tosse e dor de garganta: cravo, canela e limão não funcionam para aliviar esses problemas. O que realmente funciona é o açúcar queimado ou o mel, que hidratam a mucosa e aliviam a dor.

O ideal é levar ao fogo uma colher de sopa de açúcar e, quando estiver derretido, colocá-lo em meio copo de leite. Além de aliviar a tosse, o leite quente também acalma. Colocar um pano com álcool e água no pescoço também pode melhorar a dor de garganta porque esquenta a região e provoca uma vasodilatação.

Para melhorar a respiração: muitas mães acreditam que banho de eucalipto ajuda a criança a respirar melhor, mas isso é um mito. De acordo com os médicos, o eucalipto não abre as vias aéreas e algumas crianças podem ter alergia e até sofrer com o efeito contrário – os brônquios se contraem e a passagem de ar no nariz fica reduzida.

Para dor de barriga: chá de boldo não é eficaz e pode ter interação com medicações e causar até problemas no fígado. O chá de camomila pode dar uma sensação de conforto por causa da água quente. A dica do clínico-geral Arnaldo Lichtenstein é colocar uma bolsa de água quente na região da barriga para melhorar a dor.

Para dor de cabeça: pano com água morna não funciona para dor de cabeça, mas sim para dor de ouvido. A dica da pediatra Ana Escobar é, se for usar o pano, colocá-lo na região do pescoço e não na testa.

Para febre: pano com álcool e água também não é capaz de baixar a febre; a dica da pediatra Ana Escobar é colocar a criança em um banho morno, não gelado.

Fonte: G1

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