SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE MINÉRIOS E DERIVADOS DE PETRÓLEO NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ocupa Brasil: todos contra a PEC 241 e a MP 746

Com a fragilidade exposta e ainda tentando se levantar do nocaute sofrido nas últimas eleições, os partidos da velha esquerda encontram pouca articulação para se opor e barrar a avalanche direitista do governo Temer que, diga-se de passagem, tem pressa de legitimar os arrochos sociais.

Sabendo das dificuldades dos movimentos populares, o governo aposta suas cartas nas reformas conservadores sugeridas pela PEC 241 e MP 746. Esta última busca reformatar o Ensino Médio e a primeira congelar, num prazo de 20 anos, investimentos nas áreas da Saúde, Educação e Habitação. Tudo no desejo de equilibrar as finanças do governo.

A ousadia está nos movimentos juvenis. As manifestações ocorridas em 2013 parecem se recompor diante de um novo cenário político. Desta vez, não são mais os R$ 0,20 a menos na tarifa de ônibus ou as denúncias pelos gastos bilionários com a Copa de 2014.

Há um novo protagonismo. As ocupações espalhadas por todo o país agem no desejo de impedir a legitimação do fosso abissal entre ricos, cada vez mais ricos, à custa dos pobres, cada vez mais pobres.

Legitima-se, assim, uma ideia basilar no pensamento do geógrafo Milton Santos, morto em 2010, ao dizer que: “A classe média não quer direitos. A classe quer privilégios. Custe os direitos de quem for”.

O movimento de caráter autônomo apartidário, formado por estudantes secundaristas, universitários, acadêmicos e artistas se alastra por todo o país. Segundo a rede de comunicação de esquerda, Mídia Ninja, são mais de 1.020 ocupações pelo país.

As ocupações acontecem em 82 institutos federais, duas reitorias, 51 universidades, três núcleos de educação, 881 escolas e uma Câmara Municipal. Há oito dias, os jovens ocupam a Câmara Municipal de Guarulhos. A grande mídia, atrelada aos setores financeiros, ignora. Nem uma só palavra.

Quem sabe o movimento juvenil não possa ser o estopim de outro movimento intitulado “Acorda Brasil”. Já vimos o filme.

Por: Ponto de Vista / Antônio C. Frizo, padre e assessor das Pastorais Sociais

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