SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE MINÉRIOS E DERIVADOS DE PETRÓLEO NO ESTADO DE SÃO PAULO

Professores acuados

Para Maristela Abreu, diretora do Sindicato dos Profissionais de Educação (SEPE) do Rio de Janeiro há uma relação intrínseca entre a violência social e aquela que é praticada dentro dos muros da escola. ?Na verdade, nada mais é do que o retrato da vida em sociedade. Há muitos problemas de violência nas comunidades e dentro da família que são reproduzidos dentro do ambiente escolar?, pontua a diretora.
Ao mesmo tempo, faltam instrumentos pedagógicos nas instituições de ensino que amenizam essa realidade. ?Há também um problema de má formação dos professores, o que é muito grave?, diz Caren Ruotti, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência (NEV), da Universidade de São Paulo.
Segundo Maristela, a conseqüência comum a esses professores agredidos é a síndrome de Burnout, em que há a perda do envolvimento com a escola, com os alunos e com a profissão de uma maneira geral. ?Os docentes se tornam mais agressivos, como uma forma de proteção e desenvolvem freqüentemente quadros de depressão?, diz.
De acordo com Maria Izabel, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a política de progressão continuada, implantada em 1998 na rede estadual de ensino fundamental e que permite que o aluno passe de ano independente do desempenho escolar, também faz com que os alunos percam a ?noção da importância da figura do professor e do aprendizado?. Falta também fortalecer os conselhos escolares. A participação de pais, alunos e professores nas decisões da escola são fundamentais para amenizar o quadro de violência.
?A desvalorização do professor, com duplas jornadas de trabalho e salários super baixos, acaba também interferindo no processo de violência das escolas. O professor fica esgotado, tem dificuldade para compor o nível salarial, passa a dar aulas em várias escolas, e as vezes, pegando 700 alunos para conseguir sobreviver. Evidentemente que isso compromete a qualidade do ensino.?

Por: Maristela Abreu (Diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação ? SEPE – RJ)

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