Segundo OCDE a média salarial dos professores no Brasil está entre as piores
Da Rede Brasil Atual/ Foto: Tânia Rêgo-EBC
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um relatório no último dia 8 mostrando que a remuneração dos professores no Brasil é bem mais baixa do que a média dos países membros da organização. No caso dos professores do ensino médio, por exemplo, o salário recebido é quase a metade da média paga pelos demais integrantes da OCDE.
O estudo, que envolveu 38 países membros e outros oito convidados, como o Brasil, faz a comparação calculada em dólares pela paridade do poder de compra. Nesse caso, um docente do ensino médio ganha por ano o que seria equivalente a U$S 25.966, enquanto a média praticada pelos membros da OCDE é de U$S 49.778.
A disparidade salarial se repete também em outras etapas da educação. No ensino infantil brasileiro, os professores recebem o correspondente a U$S 24.765. Já nos demais países, a remuneração sobe para U$S 38.677. No ensino fundamental, a média dos anos iniciais, equivalente a U$$ 25.005, passa longe do montante de U$S 43.942 pago pelos membros da OCDE. Nos anos finais do ensino fundamental, a remuneração que aumenta para U$S 25.272 não acompanha também a média salarial dos integrantes da organização, de U$S 46.225.
Desvalorização do professor
Gestor de políticas públicas e técnico do Dieese no Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Thiago Fontes avalia que as informações coletadas são graves e indicam que o Brasil, apesar de ter algumas medidas para tentar solucionar o problema, não está sendo eficiente em sua aplicação. “Isso mostra o quão difícil é seguir nessa carreira motivado e também gerar interesse para o ingresso na carreira de professor, com um quadro de completa desvalorização salarial”, observa Fontes em entrevista a Glauco Faria, do Jornal Brasil Atual.
Considerado um dos principais atores no processo de aprendizagem, senão o principal, o professor no Brasil também tem uma remuneração baixa quando comparada à própria realidade do país. Dados do movimento Todos pela Educação já apontavam que a categoria recebe o equivalente a 71,7% da média de profissionais com o mesmo nível de formação.
Na prática, de acordo com o gestor de políticas públicas, essa precarização vai contra, inclusive, o previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, que colocava como meta, para até junho deste ano, a aproximação salarial dos docentes das demais carreiras de ensino superior. “Já é uma meta não cumprida. A gente espera que até o final do plano ao menos, ela seja cumprida. E isso vai ser em 2024”, afirma.
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