SINDICATO DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO DE MINÉRIOS E DERIVADOS DE PETRÓLEO NO ESTADO DE SÃO PAULO

Unidade do movimento sindical é essencial à vitória dos trabalhadores, diz Sergio Nobre

Da CUT

A unidade sindical, traduzida em uma pauta unitária, como forma de ampliar e fortalecer a luta em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras neste ano de eleições que definirão o futuro do país, define a Conclat (Conferência da Classe Trabalhadora) realizada na quinta-feira, 7, em São Paulo, pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Publica, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Intersindical – Instrumento da Classe Trabalhadora.

Com o tema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”, os representantes das nove centrais apresentaram a pauta da classe trabalhadora que será entregue aos candidatos e candidatas à Presidência da República, ao Congresso Nacional, aos governos dos estados e às Assembleias Legislativas.

A Conclat reuniu, no bairro da Liberdade, 500 dirigentes sindicais das nove centrais que elaboraram e assinam, em conjunto, a Pauta da Classe Trabalhadora. O documento orienta o plano de lutas do movimento sindical em defesa das mudanças urgentes e necessárias para classe trabalhadora brasileira e para que o país retome o rumo do crescimento com igualdade e justiça social.

Ao todo, são 63 reivindicações e propostas divididas em quatro eixos: Prioridades; Desenvolvimento Sustentável com Geração e Emprego e Renda; Trabalho Emprego e Renda e Estado; e Políticas Públicas. Defende, entre esses 63 itens, a instituição de uma política de valorização do salário mínimo, um programa de renda básica, políticas de geração de trabalho e renda, proteção dos desempregados, revisão da política de preços para produtos essenciais.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Sergio Nobre, destacou durante seu discurso na Conclat, que é fundamental, daqui até outubro, enfrentar o fascismo nas ruas, recuperar a democracia, eleger Lula à Presidência da República, que, segundo ele, tem o apoio majoritário das centrais sindicais, e reconstruir o país após as eleições deste ano.

“Vamos precisar recuperar os direitos que foram perdidos pelo golpe de 2016 e a reforma trabalhista de Michel Temer, perdas que só pioraram sob o governo Bolsonaro. Isso vai exigir ainda mais unidade do movimento sindical, e a Conclat 2022 sinaliza isso: que o caminho para a classe trabalhadora é a solidariedade, a luta e a união”, destacou Sérgio Nobre.

O presidente nacional da CUT, no entanto, alertou que não basta eleger Lula, é preciso eleger candidatos ao Congresso Nacional alinhados com a pauta da classe trabalhadora que mobiliza milhões de pessoas.

“Na Câmara não temos nem 15 deputados oriundos do movimento sindical. Isso tem de mudar e, se quisermos reduzir a jornada de trabalho e recuperar direitos, será preciso ter uma bancada de dirigentes sindicais comprometidos com a classe trabalhadora. Temos de conscientizar o povo que trabalhador tem que votar em trabalhador”, enfatizou Sergio Nobre.

Segundo o presidente nacional da CUT, a eleição de outubro será a eleição da vida dos trabalhadores, que irá definir o Brasil dos próximos 20 anos.

“Vamos recolocar o país no caminho do desenvolvimento e do crescimento e, para isso, teremos de comprar muita briga e nos unirmos nesta construção”, ressaltou Nobre.

O presidente da CUT fez o discurso que encerrou a Conclat e apresentou oficialmente a Pauta da Classe Trabalhadora (que foi elaborada a partir dos documentos dos congressos das nove centrais). Ao final, convidou todas e todos dirigentes presentes a levantar e aprovar a pauta, por aclamação. Um ato cheio de simbologia e emoção, especialmente em um ano que a luta poderá retomar, de vez, às ruas, após dois anos de pandemia.

Unidade sindical e fora Bolsonaro, defendem os representantes das Centrais

Declarações neste sentido também foram feitas pelo presidente Miguel Torres,  a Força Sindical.

“O movimento sindical tem de se fazer representar nas assembleias, Câmara e Senado der quisermos acabar com esses desmandos contra a classe trabalhadora”, afirmou.

Torres também defendeu a unidade sindical como forma de recuperar direitos trabalhistas, retomar o crescimento e desenvolvimento do país, a reindustrialização e especialmente, Bolsonaro da presidência.

“Eu parabenizo cada sindicato e dirigente que não se renderam às ameaças do governo Bolsonaro”, declarou Torres.

A preocupação com o destino do país foi destacada pelo presidente da CTB, Adilson Araújo. Segundo ele, estamos diante de uma encruzilhada histórica, pois a continuidade Bolsonaro no poder é uma ameaça ao país e aos brasileiros.

“O ano de 2022 é para definir os caminhos do país. Se vamos continuar reféns da barbárie neofascista ou vamos construir uma nova nação, com geração de emprego e renda. A Conclat é o caminho de um projeto nacional de um novo Brasil”, afirmou.

A condução da economia pelo atual governo também foi motivo de críticas dos dirigentes sindicais. Antônio Neto, presidente CSB afirmou que é preciso acabar com esse modelo econômico que acabou com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e com a possibilidade dos sindicatos representarem os trabalhadores em acordos coletivos.

“É chegada a hora de revogar as reformas trabalhista e da previdência, dizer não à PEC 32 [reforma Administrativa], de incluir na nossa pauta a defesa dos servidores públicos. Queremos um país livre, justo e com projeto de desenvolvimento sustentável”, defendeu Antônio Neto.

A defesa de lutas unificadas para acabar com a miséria gigantesca por que passa o país foi ressaltada por Emanuel Melato, Coordenador da Intersindical Instrumento da Classe Trabalhadora.

“Temos de nos preparar para as próximas lutas. Vivenciamos um momento que é preciso derrotar o governo Bolsonaro, racista e homofóbico, mas não podemos nos iludir que a eleição vai nos trazer felicidade. É preciso a luta organizada dos trabalhadores, com uma grande greve para recuperar nossos direitos perdidos com a reforma Trabalhista, por que um estado capitalista não vai querer mexer nos direitos que perdermos de lá pra cá”, concluiu Emanuel Melato.

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Fotos: Roberto Parizotti (Sapão)

 

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