Muito foi falado nos últimos dias sobre o uso dos cartões de crédito corporativos por parte do governo federal. Porém, pouca gente sabe que o governo de São Paulo possui um sistema semelhante, só que com outro nome: cartão de pagamento de despesas.
No entanto, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o Estado não oferece um sistema aberto com a descrição e registro dos gastos.
Em São Paulo, existem 42.315 cartões de pagamento de despesa. No ano passado, foram destinados R$ 108.384.268,26 a gastos efetuados pelo cartão, frente aos R$ 177,5 milhões na União. O sistema atende a 47 diferentes classificações de despesas, da diária de pessoal a gêneros alimentícios.
Os dados são lançados no Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), a qual somente as bancadas de deputados na Assembléia Legislativa têm acesso. O sistema, no entanto, não descreve o objeto da compra realizada com o cartão.

Denúncias em São Paulo
Os dados da liderança do PT em São Paulo indicam que a secretaria da Saúde do governo Serra liderou os gastos com cartão no ano passado, atingindo R$ 32 milhões. A secretaria também foi a que mais efetuou saques em dinheiro (R$ 17,3 milhões), seguida pelas secretarias da Educação e Segurança Pública.
De 2006 para 2007, as despesas totais com cartões em São Paulo subiram 5,82%. No ano anterior, o crescimento havia sido de 23%. O deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) disse que agora a liderança está passando um "pente fino" nos números para identificar o detalhamento das despesas.
Ao ser questionado sobre os gastos com cartões, o governo de São Paulo não deu informações sobre o volume de gastos e nem sobre seu crescimento. Esclareceu apenas que não trabalha com cartões de crédito e sim de débito e que estes são usados para as despesas do dia-a-dia, como compra de combustíveis, peças para automóveis e suprimentos de informática.

Por: Assessoria de Imprensa